12 de set. de 2015

“Homem do crochê” : uma história de superação





Se você tem como caminho diário a Avenida JK, já deve ter notado que ali, quase sempre no canteiro, tem um homem fazendo crochê.
Um trabalho manual geralmente desempenhado por mulheres se tornou o ofício e ganha pão de Marcos Ziemann.
Natural de Cruzeiro do Oeste, o paranaense Marcos, hoje com 40 anos, já passou por muitos desafios na vida.
Divorciado, tem um filho de 20 anos e há quatro meses mora em Foz do Iguaçu.
Antes, morou em vários lugares.
Entre idas e vindas, a Terra das Cataratas é o lugar para onde Marcos sempre volta.

A história

Um homem como Marcos desperta curiosidade, não?
Convidamos você a conhecer um pouco da história dele, um misto de perseverança, sonhos e esperança.
Desde muito cedo, ainda criança, começou a trabalhar para ajudar no sustento de casa.
Aos sete anos começou a vender sorvete.
Depois foi cobrador, guarda-costas, enfim, exerceu outras profissões até que o alcoolismo deu outro rumo à sua vida.
O interesse pelo crochê surgiu quando era detento no interior de São Paulo.
Marcos conta que o álcool e as drogas acabaram com tudo o que tinha.
Quando se viu em nada, começou a praticar assaltos para sustentar o vício.
"Eu fazia muita coisa errada, bebia, dava vexame, humilhava a mim e as pessoas, e no outro dia eu acordava arrependido.
Sempre pedia a Deus para que me ajudasse, até que fui preso.
Ali, onde não existia drogas, álcool e prostituição, tudo começou a mudar.
Mesmo tendo alguns anos para cumprir, eu só agradecia a Deus", desabafa.
Marcos conta que estar dentro de uma penitenciaria é difícil, principalmente pelo tempo, que parece não passar.
"Tudo é muito lento".
Ao ver outro detento fazendo crochê, decidiu que se ocuparia com a mesma atividade.
Foi a partir daí que a paixão surgiu e segue há 16 anos.
"É um trabalho que mexe com o ego.
Ao terminar uma peça, as pessoas começam a elogiar e isso fica na minha mente como algo bom, criado por mim.
Porque no mundo do crime, você faz coisas ruins e feias.
Em contra partida, comecei a aprender algo que resultou em elogios.
O processo é lento e difícil.
Ainda estou evoluindo, é uma luta diária, espero ser bem melhor do que sou.
Acredito que estou no caminho".



Reconstruindo a vida

Durante o tempo em que esteve preso, Marcos terminou o ensino médio e passou a gostar de ler.
Através da leitura, apaixonou - se por filosofia.
Em março, vai realizar uma prova seletiva para o curso de pré vestibular da Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila) e almeja fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para fazer um curso de graduação com bolsa integral.


Ex - presidiário Marcos ,40 anos

Dia do crochê !


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